“A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos, e assim como os pensamentos são os retratos das coisas, da mesma forma as nossas palavras são retratos dos nossos pensamentos.” Jean Molière

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Dança do vai e vem de Apoema

Lá vem ela de novo
Trazendo nas mãos seu arco e sua flecha...
Corpo pintado pra guerra deflagrada em seu ser...
Não tem respostas,
Somente perguntas preenchem a bolsa vazia que traz consigo.
No universo da Mãe Terra
Pergunta a si mesmo:
Em qual lugar do mundo
Fazer maloca?
Onde plantar os milhos
E preparar o ventre para gerar vida?
Onde está o guerreiro da mata,
Perscrutador de meus segredos de mulher?
Lá vai ela, Apoema,
Sentindo o cansaço dos passos solitários
Que, vez ou outra, apodera-se dos grandes guerreiros.
Lá vai ela,
Espírito errante,
Com desejo de pegar sua canoa
E remar contra a corrente
Até ao extremo norte de sua vida...
Lá vem ela na incerteza
Do que se deve fazer.
“Tupã não fala, nem se manifesta...”
Para onde seguir a trilha?
A um belo horizonte ou a uma boa vista?
Incerteza da alma,
Dúvida humana que nenhum outro pode responder...
Mas lá vai ela,
Seguindo lentamente seu caminho,
Para não perder de vista os sinais
Que a indicarão o rumo a seguir...
Arco e flecha nas mãos,
Corpo pintado,
Olhar sondador da Floresta da Vida...
A canoa por enquanto pode esperar às margens do rio...
Mas só por enquanto!
Link da Foto:
http://bercarionatural.blogspot.com.br/2012/06/indigenas-do-brasil-lingua-pintura-e.html
Poesia de Elisangela Dias Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário