“A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos, e assim como os pensamentos são os retratos das coisas, da mesma forma as nossas palavras são retratos dos nossos pensamentos.” Jean Molière

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Pingos de felicidades

Um dia
Na mata fechada
À margem do rio
Estávamos dormindo,
Cada um em sua rede, até mesmo o pequenino de poucos meses.

O escuro ficou molhado
Com pingos grossos
Que cantavam uma canção violenta.

Pai, mãe... meus pais,
Para proteger os filhos,
Começam, então, a lutar contra o tempo
Para levantar o acampamento.



Tudo na canoa!
Todos na canoa!

Seguimos pelo rio até uma praia.
Ali, ao céu aberto,
Estamos protegidos dos raios e trovões.

Meu pai,
homem inteligente,
Faz da canoa uma pequena casa
Para refugiar os três filhos.
Foi a casa mais bonita que tive...

Dormiiiiiimoooos...

Aquela noite foi a noite de meus sonhos...
... Uma migalha de felicidade
Que pude experimentar
Em minha pequena alma de criança.

Distante no tempo,
Percebo que aquela felicidade sentida
Foi fruto do amor de meus pais.
Eles não puderam se refugiar embaixo da canoa,
Pegaram toda a chuva.
 
Ao amanhecer,
Vi em seus rostos o sorriso da gratuidade.
Estavam felizes por estarmos juntos e protegidos.
Aqueciam-se ao redor de uma fogueira
E com a cumplicidade de casal
Tomavam o mais gostoso café.

Fiquei feliz!
Agradeci ao Ser Supremo
A bendita chuva de uma noite
Que ficou inundada de felicidade.

(Elisangela Dias Barbosa)


Foto: <http://downloads.open4group.com/wallpapers/1024x768/chuva-na-floresta-tropical-11528.html>; <noticiasrss.com.br>.

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