Minha alma índia eu a descobri em ti.
Minha infância e adolescência foram o espaço de tempo
Que tu usaste para plantar em mim
As sementes de nossas raízes.
Mal sabia que, talvez,
Eu tenha sido um dos poucos terrenos,
Quem sabe o único,
Em que pudeste depositar
As sementes de nossa história,
De nossos ancestrais.
Lançaste as sementes
E o tempo e minha consciência as fizeram crescer.
Não foste nenhuma avó extraordinária,
Aquele estereótipo de avó “coruja”.
Foste, simplesmente, a minha avó índia:
Transcorrendo tua vida no silêncio e humildade,
Respeitando as pessoas, ainda que não respeitada,
Contemplando a natureza e vivendo da providência divina
Que se faz ver nos frutos da terra e no suor do trabalho
sagrado.
Não eras o centro das atenções
E, mesmo assim,
Meus olhos de ti não desgrudavam.
Pouco a pouco,
As minhas raízes cresceram
E começaram a encontrar-se com as tuas,
Até que, por fim,
Tornaram-se únicas raízes.
(Elisangela Dias Barbosa)
Foto: Google Imagens.
(Elisangela Dias Barbosa)
Foto: Google Imagens.
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