Foto: Elisangela Dias Barbosa. |
E meus cabelos?
E minhas rugas?
E minha história?
E meus segredos?
Que faço com a minha cara de índia?
E meus espíritos?
E minha força?
E meu Tupã?
E meus círculos?
Que faço com a minha cara de índia?
E meu Tora?
E meu sagrado?
E meus "cabocos"? E minha Terra?
Que faço com a minha cara de índia?
E meu sangue?
E minha consciência?
E minha luta?
E nossos filhos?
Brasil, o que faço com a minha cara de índia?
Não sou violência
Ou estupro
Eu sou história
Eu sou cunhã
Barriga brasileira
Ventre sagrado
Povo brasileiro
Ventre que gerou
O povo brasileiro
Hoje está só... A barriga da mãe fecunda
E os cânticos que outrora cantava
Hoje são gritos de guerra
Contra o massacre imundo.
Poesia de Eliane Potiguara, extraída do livro "Metade cara, metade máscara".
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