“A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos, e assim como os pensamentos são os retratos das coisas, da mesma forma as nossas palavras são retratos dos nossos pensamentos.” Jean Molière

terça-feira, 31 de julho de 2012

TRAVESSIA

No silêncio da noite grito teu nome e te procuro...

"Onde estás?"

A noite é tão escura de um túnel negro
e nenhuma luz para iluminar.
Meu consolo é saber que ao fim do túnel
estarás a me esperar...

Então...

Corro... corro... corro...corro... para que o túnel negro chegue ao fim!

Mas o inevitável acontece...
No escuro tudo é incerto: meus pés tropeçam.

Chegarei ao nosso encontro um tanto desfigurada
e será a tua vida eterna a curar-me!

Ah! Que mais almejar?!

Próxima a ti
vivo o Amor Eterno, a Vida Eterna:
Eterno Tempo Terno!

(Poesia de Elisangela Dias Barbosa)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aos amigos


Pelas estradas do êxodo!
Esta se faz longa...
Mas, caminhando,
Percebo que não estou sozinha.

Pelas estradas do êxodo,
Um horizonte
Abre-se iluminado:
São os amigos!
Movidos,
Todos juntos,
Pelas águas da amizade,
Vivemos o mistério do encontro,
Do encanto e desencanto,
Da aceitação recíproca do outro
Como outro,
Sem fingimento.

Pelas estradas do êxodo,
Explode a vida!
E o que estava escondido
Tornou colorida a realidade:
Somos amigos e nada mais!
Simplesmente, amigos!
E isso nos basta!


Pelas estradas do êxodo,
Seguimos por mares distantes:
"navegar é preciso".
Lados opostos
Que se encontram
Na lembrança!


Pelas estradas do êxodo,
Restou-nos a alegria do encontro vivido,
O sorriso partilhado e a lágrima enxugada,
As brincadeiras no grande rio da amizade,
Desafiando os nossos medos!


Pelas estradas do êxodo,
Olho para o alto
E contemplo também ali
A beleza da amizade:
Das cores diferentes
Que se encontram
E se enriquecem mutuamente!

Pelas estradas do êxodo,
Percebo em mim
Sinais eternos,
Os sinais deixados
Pelos meus amigos,
Meus bons amigos,
Meus velhos amigos,
Eternos amigos!

Pelas estradas do êxodo,
Percebo-me como uma gota d'água!
Minúscula!
Impotente!
Mas, novamente,
Sei que não estou sozinha,
Porque levo comigo
Meus amigos.
E com eles,
A gota d'água que sou
Torna-se cachoeira
Pela capacidade de amar!


Pelas estradas do êxodo,
Descubro-me sempre a casa!
Porque onde quer que eu esteja,
Seja qual for a casa...
... Lá encontrarei amigos!


Pelas estradas do êxodo,
Vôo no pensamento
E volto às origens,
Ao rio da amizade:
As águas são sempre novas,
Mas o rio permanece ali,
Sempre a nos esperar...
... Assim como os amigos!

 (Elisangela Dias Barbosa)


terça-feira, 3 de julho de 2012

Poesia Natural


Brinco nas águas do grande rio que banha minha infância
E ainda que grande, não me assusta...

Suas águas me embalam ao ritmo dos banzeiros,
As pequenas ondas de água doce.
O vento acaricia o grande rio,
Anima o balé dos botos
Em suas piruetas aquáticas
E canta para mim
A mais bela canção de ninar
Enquanto me aconchego em meu leito natural: a praia grande com sua areia clara e fina,
Tendo por cobertor o céu estrelado amazônico...

Contemplo...

Maravilho-me com aquilo que conheço,
Que só conheço... A natureza!

Pergunto-me:
Quem será o grande poeta que compôs essa bela poesia natural?

Não o conheço totalmente.
Ele é para mim um mistério que se revela e se deixa descobrir
Por sua antologia poética natural:
A poesia terra,
A poesia água,
A poesia céu,
A poesia natureza,
A poesia homem-humanidade.

Sobretudo,
Descubro-o na mais bonita poesia
Que esse grande poeta já escreveu...
Descubro-o em Jesus Cristo,
a Poesia Amor!