“A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos, e assim como os pensamentos são os retratos das coisas, da mesma forma as nossas palavras são retratos dos nossos pensamentos.” Jean Molière

segunda-feira, 25 de março de 2013

Na voz de Cecília Meireles



"Viajo sozinha com o meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada
Levo o meu rumo na minha mão."

- Cecília Meireles -

Guerreiro Raio de Luz




Perscrutando a Floresta da Vida e as sendas de meu interior,
Descobri que seu olhar de guerreiro, meu Raio de Luz, conseguiu tirar todas as minhas certezas,
Toda a minha força de guerreira andarilha...
E eis que estou diante de seus olhos como presa fácil...
Estática no coração, ainda que os passos seguem em caminhada por entre as veredas!

Sentimento desconcertante de quem havia feito do coração
Um monumento saudoso de Afrodite a ser visto de longe,
Na imunidade dos deuses...

Ilusão.

Sou criança frágil... Aprendiz na escola do Amor!
Sou menina dos olhos encantados contemplando a beleza de uma flor!
Sou guerreira de arco e flecha na mão, que leva consigo uma ferida invisível que sangra seu nome!
Sou mulher...
Sou mulher a contemplar sua beleza de homem...
Essa é a única certeza que carrego em mim...
E nos meus passos de guerreira andarilha,
vou seguindo meu percurso pelas águas do grande Rio,
Na certeza do sentimento profundo e sagrado que sinto por você,
Meu guerreiro Raio de Luz.


Apoema Mulher

(Elisangela Dias Barbosa)




sábado, 23 de março de 2013

Ao meu irmão, com carinho!




Foto: Elisangela Dias Barbosa, 2013.
  
Quando chegaste
Tinha eu 7 anos...
Não chegaste sozinho...
Contigo veio também a alegria, o sorriso da felicidade,
O sossego de uma família
Que se unia cada vez mais ao redor de teu choro:
A cantiga de vida nova...
 



A tua pequenez e fragilidade
Não limitou nossas aventuras de família errante sobre as águas.
Contigo nos braços, atravessávamos o grande rio com nossa pequena canoa,
Entrávamos na mata fechada, longe de todo o conforto de casa,
Armávamos acampamento nas praias longas de nosso rio,
Dormindo ao céu aberto, contemplando e deixando-se ninar pelas estrelas.
O rio foi nosso berço e nosso brinquedo de infância...
E tu, como nós,
Aprendeste a nadar, a guiar a canoa, a ser pescador e caçador.


 



Na adolescência e juventude, o esporte era nossa diversão:
Eu na piscina e tu com a bola de handebol.
O teu esporte tornou-se nosso programa de família.
Na arquibancada, éramos a tua fiel torcida...
Um pouco exagerada talvez!

  



Depois chegou a fase do violão...
E que fase!
Lembro-me que te disse:
tem um cara na Igreja que vai dar aulas de violão de graça”.
Foste à primeira aula e, quatro horas depois,
Já tocavas para nós a canção “A praça”.
“Meu Deus! Se começa assim, onde ele irá parar?!” - Pensei comigo...
Teu aniversário chegou e não tivemos dúvida,
O teu presente seria um violão!



Daí em diante, nossa casa ficou preenchida por contínuas notas musicais...
E eu, solidária contigo, cantava as canções do Legião Urbana
Para que tu pudesses se aperfeiçoar ainda mais...
Formamos uma dupla caseira de voz e violão,
Gravando uma fita k7, com canções escolhidas por nós, para dedicarmos aos nossos pais.
Só coisa de louco mesmo, não é?!

Animávamos os encontros do grupo de jovens,
Fazíamos parte da banda, nas missas das 19h de domingo.
E eu, com orgulho no coração, pensava comigo mesmo:
Esse é meu irmãozinho”.

Mesmo sendo a irmã mais velha,
Tu me ultrapassaste na altura
E com 17 anos tu mais parecias ter 23.
Fenômeno que não pude entender e que achei engraçado,
Pois caminhando ao teu lado,
Quem não nos conhecia
Pensava que éramos namorados...
E quem iria se atrever a chegar perto de mim ou de ti,
Nós dois tão amigos muito mais que irmãos.
  



 Quando parti

Os amigos me escreviam:
teu irmão tá diferente, parece triste... quem sabe sente tua falta”.
Confesso que chorei,
Mas transformei cada lágrima em oração por ti...
Pedindo a Deus por tua felicidade.
Acredito que essas lágrimas orantes não foram em vão.
Hoje, continuo a olhar-te e, com o mesmo orgulho de antes, digo:
Esse é meu irmãozinho!





Meu irmãozinho que se tornou o companheiro da Suelem e pai de duas crianças lindas, Vinícius e Hugo...
Meu irmãozinho que Vinícius não chama de pai
Mas chama de “Amor”...
Meu irmãozinho que continua a tocar violão e é conhecido como o “Marcinho da Viola”...
Meu irmãozinho que aprendeu a ser mais filho no cuidado com nossos pais...
Meu irmãozinho pessoa legal, amigo de todo mundo e inimigo de ninguém,
Que, com seu jeito de ser, fez nascer um ditado familiar:
Quem não se dá com Márcio, não se dá com mais ninguém





É isso aí!
És tudo isso e o ainda mais que Deus vai realizar em ti!
Dizer-te Feliz aniversário
É dizer-te o quanto és importante em nossa vida,
O quanto amamos essa obra do Criador.
Que a luz da Sabedoria continue iluminando teus passos e tua família.
Com o coração cheio de alegria, amor e amizade
Quero terminar dizendo com o orgulho de sempre:
Esse é meu irmãozinho!

 
Foto: Arquivo de Suelem Matos, 2012.

Elisangela Dias Barbosa

sábado, 9 de março de 2013

Lente Poética



Foto: Google Images.








Eu só quero ter meu cantinho no mundo com um caderno e um lápis nas mãos…

...Fazer retratos da vida por meio das palavras.

Apoema Mulher

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Thousand Years (Mil anos)



A canção: A Thousand Years (de Christina Perri)

Meu pensamento poético…

               Existem momentos em que olhamos ao nosso redor
               Procurando a resposta para o sentimento
               Que, sultimente, hospedou-se em nosso coração
               E que, continuamente, atravessa nossa alma.

               O silêncio grita aos nossos ouvidos
               E reforça a pergunta mais lógica que vem de nossa razão:
                                             POR QUÊ?

               “… Por que amar-te se não posso ter-te em meus braços?
              Por que desejar-te se não posso sentir teus lábios, acariciar teus cabelos
              E mergulhar na imensidão de teu olhar?”

                                             POR QUÊ?

Elisangela Dias Barbosa



Chega de violência e extermínio de jovens


Vi Cristo Crucificado esticado no asfalto da Avenida Antônio Carlos.
Usava calça jeans, camiseta branca e tênis...
Tinha cabelos longos e cacheados, rosto desfigurado imerso na possa de sangue.

Vi Cristo Crucificado na jovem caída
Vítima da violência no trânsito.

Eram 18h30.

Provavelmente, atravessava a avenida para ir até a universidade que estava do outro lado.
Quem sabe, após um dia de labuta, àquela hora, seguia para mais uma etapa de sua luta.

Mas sua vida foi ceifada na velocidade caótica do trânsito, metáfora do hoje.
Seus sonhos caíram às margens da avenida, metáfora triste da vida para muitos jovens.
Sua voz calou-se em um silêncio gritante, unindo-se ao coro de muitos outros jovens
Que também foram vítimas da violência e do extermínio
E clamam por JUSTIÇA!

Somos nós a gargante dessa voz engasgada e agonizante,
a voz do Cristo Crucificado que sofre...

Ó Jesus de Nazaré, faz de nossos passos uma antífona de solidariedade junto as Juventudes:
"Venha teu Reino de Amor!"
Faz de nossa vida um salmo de clamor e súplica:
"Chega de violência e extermínio de jovens."
Amém

Foto: Arquivo de Elisangela Dias Barbosa, dezembro de 2012.


Elisangela Dias Barbosa